quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Homem invisível


Ora cá está mais uma chamada de atenção...será que são passos em vão??

Hoje saí de casa, os mínimos detalhes não foram descurados, e lá fui eu, cascais, bairro da Chessol... Aquele beiju, aquele cheiro, aquele toque de faces...enfim tudo por que anseio te encontrar e que certamente me faz brilhar.

Brilho esse que não chega para que me vejas, aliás sem certamente te aperceberes sou invisível, será que reparas nos detalhes? será que me vês??

Não o sinto, ou esforças-te para que eu não o sinta?

Tantas perguntas sem respostas...

Hoje não sei o que sou, desculpa esta análise egoísta mas é o que sinto, vivo cada minuto que me concedes e cada sorriso que me ofereces, mas, mas vejo que de ti também não é capaz de sair um olhar um toque ou até sentires o meu cheiro... daí sou invisível.

Não sei o que sou, realmente, tantas coisas novas que se sucedem e eu não sei interpreta las, Este Ricardo, o teu Ricardo, não faz parte dos amigos, não é colega do trabalho, não é colega da escola e não é família... é "especial"... que será isso??? lá estou eu com as perguntas... o que será ser especial, marginal sim, será isso especial, de que perspectiva, caramba!

Não posso ser conhecido pelos amigos, é um facto e hoje mais uma vez senti-o na pele, então que grau de "especialidade" se atribui a este ser? É verdade, mais e mais perguntas...terei que as arrumar no "closet" de onde talvez um dia, por algum mero acaso encontre a resposta.

Nunca esta r.... r.... r.... relação???? me pareceu tão estranha, caramba nem a palavra me saia...

É verdade, já tivemos o mundo, e hoje temos isto.

Gostava tanto de saber se sou invisível......

De qualquer forma obrigada pelo jantar, espero que o resto desta noite seja no mínimo a melhor do mundo, jamais te desejarei menos que isto... Beiju grande.


Quem te deu o direito de existires?

Quando eu não disse que podias!

Recuso ser só mais um

Sendo só mais um não sou nenhum...

Sou invisível na multidão

A multidão que é o mundo

Que eu não quero e ao qual recuso

o direito de me tornar assim, transparente.

Igual a ti

Igual a todos

ou até diferente de todos...sem o ser.

De me tornar num homem invisível

Sendo visível como qualquer um

Antes a invisibilidade total

Voluntária e assumida

Que a ditadura da multidão normalizada


Ricardo José 2010

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